terça-feira, 13 de julho de 2010

DDA




Estou sem emoções.
Não sinto nada.
Me limito a buscar sentimento
Através do pensamento.

Como não pude perceber
Que a única coisa que me faz mover,
Minha única razão de viver,
Não está em alguém,
Mas em algo que sempre tive,
Que me ajudou a crescer,
Meu atéofimdosdias companheiro,
Tão confuso, tão faceiro
Que mistura minhas ideias,
Me impossibilita,
Me instrui, mas não avisa
Quando vai mudar de linha,
Quando sai da ferrovia
Que começou a apitar.

Tento voltar ao destino
Que seguia desde o início,
E novamente, como um vício,
O maquinista insistente
Não me deixa atravessar
O caminho que persisto,
mas me deixa impedido
A todo tempo de chegar.

Se me der um combustível
Pra abaixar o alto ritmo
do trem em que preciso
a todo custo trafegar,
Quem sabe eu convença
Aquele maquinista
A passar pra ferrovia
que eu tento atravessar.

Então ele segue reto,
mas depois de tantas voltas
não consigo mais lembrar
Onde, desde o início,
Com algum objetivo,
Tinha vontade de parar.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Um texto sem rumo, um cérebro sem filtro.


"Dizia eu que a aritmética..."


Gosto de ser ignorante.
Gosto de ter cultura.
São coisas opostas, mas importantes em seus momentos.

Não julgar é fundamental, não nego.
Mas jogar certas culpas em outrem não está tão fora de cogitação assim.
Sou humano, sou justo, sou errado, e isso me faz melhor, me faz evoluir
(ou não).

Enquanto me couber espaço serei insuportável para x e indispensável
para y.

Me faz bem gritar ao mundo minhas emoções, meus sentimentos,
mesmo que nada deles seja correto para (1/2 x + 1/2 y).
Mesmo que aquilo não me faça flutuar
de alegria em consequência.
O momento me faz querer, o depois me faz sofrer.

Quando escrevo, meus pensamentos vão longe, mas tão longe
que quando volto aqui já não me dou conta das barbaridades
que me pus à mostra.
Mas é isso que faz os grandes serem vistos.

Enquanto (x + 1/2 y) se limitam aos valores morais, 1/2 y vive intensamente cada
sentimento, se joga em cada oportunidade. Hum...nem tanto.
1% de 1/2 y ainda tem muito o que se desprender. Mas tem orgulho de ter
características desse grupo. Tenha motivos pra se orgulhar de sua vida, pense bastante e veja se suas motivações são reais.



Não serei psicólogo, advogado ou matemático (até porque o último me
bloqueia a mente e não domino nem um pouco).

SEREI HUMANO, que assim posso ser o que quiser,
desmembrar minhas ideias, pra rimar, onomatopeias,
que vou soltar aos ventos sem me importar o que vão pensar.
Afinal, eu sou um deles, eles são uns de mim.
Somos todos iguais, cada um com seu funcionamento cerebral,
mas sempre com os mesmos preconceitos que se aprende desde que
choramos naquela sala onde nos puxam pela cabeça (ou pés)
de dentro daquela piscina aquecida que me abrigou tão carinhosamente
durante a minha estadia.

Preconceitos esses, provindos das mesmas pessoas que ainda
se recusam a pensar.

Dos (x + 1/2 y) que resguardei a nomear.

domingo, 11 de julho de 2010

O capitão e sua tropa cega



Pague, dê, faça, reze, aceite,
insulte, obedeça, desmereça, vá,
ponha, convença, imponha, iluda...

Exército onde só cabem ordens, se
quiseres direitos lance-se às ruas, o
destino daqueles que vivem por si só.
Minha tropa, meus soldados, respondo
por vós se obedecerem calados.
Se o desejo for desviar das regras,
caminhes sozinho, pois só ao teu lado
estarei se estiveres sob meu comando.

Qualquer deslize e estarás condenado
ao mais terrível dos castigos. Te
assistirei queimar e arder e não
moverei um dedo senão para me acomodar
mais um pouco nestas nuvens tão
carinhosas que me dão paz interior
enquanto agonizas nesse lugar.

Serei bom quando fores para comigo.
Se tropeçares serei o primeiro a lhe julgar culpado
e te colocar no pior mundo que um
soldado meu teme durante toda sua vida.

Dei-lhe as instruções, mas não lhe dou
a chance de errar. Fiz-te racional e
com todos os defeitos e deficiências
que pude. Pouco me importa. Seja
perfeito como eu sou e lhe garanto um
espaço nessa pequena nuvem em que me
equilibro. Essa onde sigo lhes
julgando a cada ato que cometem.

Meu camarote é especial, vejo tudo sem
preocupação. Oh, covardia... CHOREM,
DESGRAÇADOS! IMPLOREM, SEUS IGNORANTES!
Beijem meus pés.
Que ceninha deplorável! Fracos...
Os assisto daqui de cima, chega a
dar pena!

Enquanto me idolatram vou ali um
instante perguntar a meu pai quando me
aposento...Sabia que é um saco
ouvi-los reclamando da vida? Seres
enojáveis...Vão resolver suas vidas e
não me encham a paciência!
Enquanto seguem suas vidas me
obedecendo vou dar uma volta pelo céu,
pular nas almofadinhas de algodão,
escorregar pelo braço do avião, sentir
o ar fresco me envolver, voar nesse
azul agora meio cinza...

O que são aquelas contruções expelindo tanta fumaça?

Meu erro... minha onisciência não
previa isso.